25 de Novembro de 2009 - 09h08 - Última modificação em 25 de Novembro de 2009 - 09h25
Mulheres vítimas de violência têm na Casa Abrigo do DF oportunidade de recomeçar a vida
Da Agência Brasil
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Elza Fiúza/ABrBrasília - Mulheres vítimas de agressão física ainda convivem com o medo de denunciar maridos ou companheiros. Muitas vezes, elas acabam optando por esse caminho quando a situação chega ao limite.
Brasília - A Casa Abrigo do Distrito Federal atende 12 mulheres vítimas de violência, que recebem acompanhamento de psicólogos, pedagogos e assistentes sociais
Essa é a realidade de mulheres que hoje estão acolhidas na Casa Abrigo do Distrito Federal, um alojamento que oferece assistência e uma oportunidade de recomeçar a vida.
As vítimas são encaminhadas à instituição pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), para evitar represálias por parte do agressor e receber acompanhamento psicológico que permitam vencer barreiras que vão além das agressões. Atualmente, 12 mulheres e 29 crianças, filhos das vítimas, vivem no local.
Segundo a coordenadora de Assuntos para a Mulher da Secretaria de Justiça do Distrito Federal, Valéria de Souza Rocha, a maioria das mulheres assistidas na Casa Abrigo é de baixa renda, não tem familiares no DF e quer despistar os agressores. No entanto, a coordenadora ressalta que os casos de violência não ocorrem apenas nas classes mais pobres.
“A violência acontece em todas as instâncias. Não são indicadores de cidades do DF como Ceilândia e Samambaia. No Lago Sul [área nobre de Brasília] também existem mulheres agredidas. A diferença é que essas têm uma segunda moradia ou podem recorrer à assistência de outros parentes”, destaca Valéria, no Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher.
Após sofrer várias agressões, Fernanda Pereira*, 25 anos, resolveu denunciar o marido com quem convivia há quatro anos. Dois dias antes de ser agredida pela última vez, ela assistiu a uma reportagem sobre a Casa Abrigo. Depois de ser novamente vítima de violência, não teve dúvida: registrou a ocorrência contra o agressor e pediu assistência. Ela afirma que se arrepende de não ter feito a denúncia antes, pois teria evitado lesões mais graves.
“Começou com um empurrão, depois veio um tapa e por fim murros. Se tivesse denunciado logo no primeiro ato, as coisas não teriam chegado a esse ponto.”
Marinete Souza*, 33 anos, grávida de dois meses, recebe atendimento na Casa Abrigo pela segunda vez. Há seis anos, ela buscou assistência pela primeira vez, depois de ser agredida pela mesma pessoa. Nesse intervalo, o relacionamento foi reatado, mas as violência chegou a um ponto em que não era mais possível suportá-la.
“Eu ainda o amava. Mas, na última agressão, ele bateu na minha cabeça, esmurrou minha barriga. Nosso amor morreu ali. Comecei a pensar mais nos meus filhos, pois eles precisam de mim.”
As vítimas recebem na Casa Abrigo as refeições diárias e acompanhamento de psicólogos, pedagogos e assistentes sociais, além de participarem de cursos de corte e costura e bordado. Os filhos delas são matriculados em escolas próximas à instituição e também recebem acompanhamento. Por meio de uma parceria com o Ministério do Trabalho, são oferecidas vagas em cursos de capacitação para que elas possam recomeçar a vida longe da insegurança e do medo.
A Casa Abrigo do DF faz parte de uma rede de 72 instituições em todo o país que visam a prestar assistência às vítimas e aos seus filhos, e, em alguns casos, a agressores em processo de reinserção social.
*O nome das mulheres atendidas na Casa Abrigo foi trocado para preservar a identidade // Edição: Juliana Andrade![]()
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