terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Agência Brasil - Agenda ambiental deve sobressair no Fórum Social Mundial - Direitos Sociais

 
24 de Janeiro de 2010 - 14h42 - Última modificação em 25 de Janeiro de 2010 - 19h17


Agenda ambiental deve sobressair no Fórum Social Mundial

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

 
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Rio de Janeiro - Depois de ganhar força na última edição do Fórum Social Mundial (FSM), em Belém (PA), no ano passado, a questão ambiental deverá ser um dos principais temas de debate na reunião de avaliação do evento, o Fórum Social 10 Anos: Grande Porto Alegre, previsto para começar amanhã (25), na capital gaúcha.

Segundo os articuladores do evento, o tema está entre as discussões desde as primeiras edições, no início da década, mas se tornou o centro do debate, na última reunião. De acordo com a coordenadora do Núcleo Brasil Sustentável da organização não governamental Fase, Fátima Mello, a realização de um FSM na Amazônia foi um divisor.

“O fórum foi realizado num território onde os conflitos socioambientais são gritantes. A Amazônia é o espelho da crise do atual modelo de desenvolvimento, no qual a exploração predatória dos recursos da natureza se dá de forma mais que insustentável, social e ambientalmente”, afirmou.

A realização da conferência das Nações Unidas (ONU) sobre o clima, em Copenhague, no final do ano passado também acelerou a inclusão das questões ambientais nas rodadas de discussão do FSM. Como o evento internacional não apontou soluções globais para o problema, a expectativa é que essa edição do fórum sistematize propostas da sociedade.

“Existem centenas de organizações de camponeses, indígenas, mulheres, quilombolas, seringueiros, com experiências concretas de resistência na Amazônia. Eles têm gestado uma série de propostas alternativas que podem se transformar em políticas públicas”, avaliou a diretora da Fase.

O coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômica (Ibase), Cândido Grybowki, também atribui à migração das discussões do FSM para as questões ambientais à participação de mais jovens, conforme constatou pesquisa.

“Eles trouxeram outra preocupação. Antes a agenda era marcada pelo ataque à globalização e passamos agora a discutir justiça social mas também justiça ambiental”.

De acordo com Grybowki, um dos fundadores do FSM, a questão tornou-se tão urgente quanto o combate ao neoliberalismo, que resultou na destruição do meio ambiente em várias partes do planeta.

“Não precisamos dizer que a globalização está errada. Ela está caindo de podre. Temos como desafio expressar melhor nossas propostas e ideias. O fórum nos dá um espaço”.

Sem deixar de combater o modelo neoliberal e tratar de problemas decorrentes da ordem financeira mundial, os principais temas do FSM desde as primeiras edições, o secretário executivo do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (Clacso), o professor Emir Sader, avalia que o fórum precisa começar a pressionar por decisões políticas, principalmente no Brasil.

“A construção de um outro mundo avançou na América Latina. Mas o fórum só colocou propostas sociais e ficou na etapa anterior, na década passada, na resistência ao neoliberalismo. O outro mundo está passando por governos como o da Bolívia e do Equador”, avaliou. Na opinião de Sader, o fórum precisa de novas estratégias para dar conta dos problemas de ordem global.



Edição: Tereza Barbosa  


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