4 de Fevereiro de 2010 - 15h08 - Última modificação em 4 de Fevereiro de 2010 - 22h01
Entidades criticam alteração dos itens sobre aborto no Programa Nacional de Direitos Humanos
Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
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Brasília - Entidades sociais ligadas a diversos setores criticaram hoje (3) a possibilidade de alteração da redação do Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH3) que trata do aborto. “Usam o nome de Deus e da vida para criminalizar uma coisa que diz respeito à própria vida das mulheres”, disse Silvia Camurça, representante da Articulação de Mulheres Brasileiras.
Ela explicou que o plano foi elaborado após a realização de mais de 150 conferências com a sociedade civil. O secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, afirmou ontem que, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, serão modificadas as propostas sobre aborto que constam no PNDH.O 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) foi debatido, nesta quinta-feira, por entidades civis durante a reunião promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da Câmara Federal.
O coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Gilson Cardoso, ressaltou que o mais importante é o debate promovido e o pacto estabelecido com a sociedade. “Esta história de colocar a sujeira debaixo do tapete não é adequada. O aborto vitima milhares de mulheres anualmente. O plano deveria permanecer como foi discutido com mais de 14 mil pessoas.”
Para a representante do Fórum Nacional de Entidades de Direitos Humanos, Andressa Caldas, é preocupante o governo se curvar aos setores que querem alterações no PNDH3. “Quem deve ser ouvida sobre a descriminalização do aborto não são as congregações religiosas, formadas marcadamente por homens que não têm filhos, mas as mulheres e grupos feministas”, ressaltou.
Andressa afirmou ainda que alguns setores conservadores querem inverter ideologicamente o significado dos direitos humanos em nome da defesa da liberdade de imprensa ou do direito à vida no caso da Igreja Católica. “Estamos falando de interesses de grupos que são oligarquias, que retratam um Brasil colonial onde as vozes mais ouvidas são os das forças armadas, o clero e os representantes de propriedades rurais.”
Edição: Enio Vieira![]()
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